Resenha: O DETENTO - Freida McFadden
- Samantha Santos
- há 8 minutos
- 3 min de leitura
Da mesma criadora do best-seller A Empregada, Freida McFadden entrega um suspense um tanto morno em O Detento
O Detento foi o primeiro livro que li da escritora norte-americana, Freida McFadden, autora do Best-Seller A Empregada. Já tinha ouvido ótimas indicações sobre a escritora, porém O Detento não me cativou como gostaria. Nem foi a história em si, mas a personagem principal, Brooke Sullivan.

Tudo gira em torno de um acontecimento de 10 anos atrás, de onde a história se passa. Brooke com os seus 17 anos, namora Shane Nelson, o garoto mais popular da escola e o principal jogador do time de Futebol. Quando a mãe de Shane precisa fazer uma viagem e deixa a casa aos cuidados do filho, ele vê uma ótima oportunidade de fazer uma pequena festinha, entre: Brandon, seu melhor amigo e também jogador de futebol que por conveniência namora Chelsea, melhor amiga de Brooke.
Como a noite não poderia ficar melhor, Brooke convida o seu outro melhor amigo, Tim Reese, o qual teria uma paixonite por ela desde crianças, e Chelsea decide chamar Kayla, que tem uma queda por Tim. Pronto, está tudo perfeito, a armação primorosa para uma trágica noite, onde somente Brooke Sullivan, Shane Nelson e Tim Reese iriam sair vivos e Shane com a condenação perpétua por matar três adolescentes.
Após 10 anos, Brooke volta a sua cidade natal para ficar com a sua casa de infância, herança que os seus pais deixaram para ela após a morte. E para trabalhar no presídio onde o homem que cometeu a sua tentativa de assassinato está cumprindo pena. Sem esquecer o detalhe de que ele é o pai do seu filho, mas ele não sabe desse detalhe, na verdade, ninguém da cidade sabe. Ela acaba encontrando o seu antigo melhor amigo, Tim, que também viveu aquela noite de puro desespero e acabam se aproximando.
Mas com a convivência no presídio, Brooke percebe Shane um pouco diferente, e começa a se questionar referente às suas acusações de 10 anos atrás. Será que o seu melhor amigo Tim poderia matá-la?
Acho particularmente a Brooke muito burra e acho que ela busca uma validação imensa de todos à sua volta, ela se questiona sobre Tim em vários momentos, mas sempre solta “ele não poderia fazer isso, ele é meu melhor amigo no mundo todo!”. A grande questão dela nunca questionar nada, sempre me incomodou. O fato de não deixar claro qual é esse atrito que ela tem com os seus pais também não fica muito nítido para a história, parece que eles estavam querendo falar algo, mas a personagem nunca deu uma brecha.
O final teve várias reviravoltas, mas acho que tudo aconteceu muito corrido, de uma para outra, e as sucessões de erros da Brooke definitivamente me impressionaram com o final, colocando ela e seu filho em risco. Infelizmente, a personagem principal não tem carisma necessário para sustentar a história e trazer o leitor para o seu lado.
Freida McFadden tem uma escrita fácil e intrigante, as duas histórias são contadas entre o presente e o passado, sendo entre os capítulos. Infelizmente, a história não entrega personagens com muita personalidade, não tem a quem se apegar, todos são bem apáticos. Temos um romance mais sem sal, sem açúcar, entre Tim e Brooke, porém ela sabe fazer reviravoltas emocionantes, mesmo achando que um livro não deve se sustentar somente por isso.
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