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Resenha: Hippie - Paulo Coelho

  • Foto do escritor: Samantha Santos
    Samantha Santos
  • 19 de abr.
  • 3 min de leitura

"Quem quer aprender deve começar olhando à sua volta" Frase do Livro Hippie


Paulo Coelho nos presenteia com “Hippie” o seu livro mais alto autobiográfico até hoje, nos levando para conhecer o jovem Paulo, que sonha em ser escritor e está fugindo da repressão da Ditadura Militar no Brasil, onde ficou preso. Até se juntar ao movimento hippie e fazer uma viagem até o Nepal, atrás do profundo da existência humana. Uma trajetória onde a viagem importa mais que a chegada. 



Conhecendo o Paulo do passado, podemos entender como se tornou o grande escritor que é atualmente. Paulo Coelho conta que a sua jornada começa em busca do místico e tenta desvendar a existência humana, procurando um significado para a permanência nessa galáxia que nos é oferecida. Bem, coisa de hippie, não é mesmo? 


Embarcando no contexto histórico e político do mundo entre os anos 60 e 70: No Brasil, a Ditadura começou em 1964, e em boa parte da América do Sul também se instalou o Regime de Ditadura Militar entre as décadas de 60, 70 e meados de 80. A ditadura deixou marcas profundas em um país e na sua cultura.


Já no hemisfério norte, mais precisamente nos Estados Unidos da América, nos anos 60, foi crescendo um movimento contracultural da Guerra do Vietnã e vendo um mundo mais alternativo e com a liberdade de todos os seres, o amor livre e o respeito à natureza. Os hippies, esses eram os nomes daqueles que eram contra o sistema e as suas amarras e guerras. 


Já na Europa, a ascensão dos pensamentos livres, crescimento da esquerda, popularização do rock n’ roll, construção do muro de Berlim. O mundo tinha um olhar diferente e um ponto de vista distinto do de hoje, em 2025. 


Paulo se encontrava em Amsterdã, que já era conhecida pela comunidade hippie e por sua vasta variedade de drogas. Onde tem a sua experiência com uma que te transporta para um lugar totalmente diferente e novo — hoje em dia conhecido como LSD — e onde encontra Karla, uma jovem com o mesmo desejo que ele de buscar um sentido na vida, onde juntos irão encontrar muito mais que isso. Com o destino demarcado para o Nepal e o transporte um tanto peculiar, um ônibus, cujo nome é Magic Bus, para uma viagem tão longa e alucinógena que mudará para sempre a vida dos dois. 


Esse foi o primeiro livro que li do Paulo Coelho, e quando terminei me questionei: por que nunca havia lido Paulo Coelho antes? A escrita dele é algo surreal, ele faz você se sentir parte da história, ele passa os sentimentos e as aflições, o questionamento de tudo, a ânsia de procurar aquilo que você nem sabia que estava precisando saber e ir atrás do mundo sem saber qual mundo é esse. É uma loucura. 


Não é necessário ter uma mente aberta para ler Paulo Coelho, muito pelo contrário, hippie introduz essa época em que não vivemos tão facilmente que sentimos conhecedores, com pessoas que provavelmente não conhecemos, mas nos sentimos tão próximos. 


Gostaria de dar uma grande ressalva para a Karla. Que mulher incrível! Que sabe dos seus sentimentos e não o esconde de ninguém, inclusive dela mesma, que sabe deixar ir e se sente feliz com o que o futuro poderá trazer para ela. Pois sabe que tudo é passageiro, inclusive ela. É o tipo de mulher que gostaria de ser amiga. 


Como tantos outros livros do Paulo, hippie traz o amor, a busca por si próprio e a fé como algo central da história, sempre lembrando que sem esses três pilares podemos nos perder neste vasto mundo. Lembrando a todo momento, a vida é uma grande viagem, algumas pessoas vão com você até o final, outras são somente passageiros que passam para nos ajudar a chegar no nosso destino bem melhor do que começamos. 


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