Resenha: O Mau Exemplo de Cameron Post - Emily M. Danforth

A Ecritora Emily mostra a descoberta da Cameron com a sua sexualidade no meio da confução de ser uma adolecente nos anos 80

Qual é o mau exemplo que podemos esperar de uma jovem que está se descobrindo, ou melhor dizendo, de uma jovem que está descobrindo a sua própria sexualidade? Cameron Post não sabia muito o que esperar da sociedade nos anos 80 e muito menos de si mesma. 

Após a morte de sua mãe e pai, Cameron sentiu que era uma vingança dos deuses por, na noite do acidente, estar beijando a sua melhor amiga na casa dela. Após isso, ela prometeu que nunca mais iria beijar uma garota, mas não durou muito tempo. Agora morando com a sua tia ultraconservadora, sua avó extremamente religiosa e o seu desejo por garotas somente aumentando, Cameron percebeu ser mais forte que ela. 

Até a chegada de uma nova garota à cidade, Coley Taylor, ou pelo menos até no campo de visão de Cameron, com ela a sua sexualidade iria descobrir novos rumos e desbravar novas fronteiras, mas não por muito tempo. A religião e a sua tia iriam entrar em seu caminho e a levariam para um lugar onde ela deveria renegar tudo que fosse errado perante o olhar do homem e, segundo eles, de Deus. 

Ao chegar na sua nova realidade, Cameron se vê em um colégio interno onde o principal objetivo é a cura gay. Mesclando o ensino tradicional com terapias forçadas de reversão à sexualidade, nesta situação Cameron se encontra perdida, as pessoas que ela mais amava no mundo não estão ao seu lado, a sua paixão a traiu e não há nada que ela possa fazer para mudar isso. 

“Descubra quem você é. Viva de acordo com as suas próprias regras.”

Emily M. Danforth se inspirou na sua própria trajetória para escrever esse romance onde narra o que era comum e aceitável de se ouvir nos anos 80 nos Estados Unidos, não que o discurso totalmente homofóbico tenha acabado, mas hoje é disfarçado e se nomeia como outros nomes. 

Mas Emily entrega ao leitor a mesma sensação que ela sentiu. Conta uma história de uma jovem que passa por todas as suas fases de descoberta, desde o primeiro sentimento com aquela amiga que ela não sabe muito bem descrever até o momento em que consegue falar em voz alta o que ela realmente sente. 

A história também segue o padrão de várias outras que falam de alta descoberta da sexualidade, mas não por ser genérica e sim por ser fiel, ela não enche linguiça e enrola, ou até mesmo coloca dramas adolescentes fúteis, é tudo muito necessário. 

O que me tocou principalmente foi o final com a cena na lagoa. Era algo indispensável para a libertação de Cameron das entranhas do passado para uma nova fase de emancipação em sua vida.